A história de Kimi ni Todoke até agora, do ponto de vista de Kurumi. Desde que me lembro, Shouta Kazehaya sempre foi o centro das atenções. Ele é tudo o que eu sempre quis ser: popular, amigável e admirado por todos. Eu me apaixonei por ele no fundamental e, desde então, meu único objetivo tem sido conquistá-lo e me tornar a garota perfeita para estar ao lado dele. Fui cuidadosa, observando de longe, manipulando situações sutilmente para me aproximar dele e garantir que ninguém pudesse atrapalhar meus planos. Meu sonho sempre foi ser a única ao lado dele, a Kurumi dele. Então, ela apareceu: Sawako Kuronuma. A "Sadako". Tímida, desajeitada e aterrorizante para a maioria, mas... Kazehaya a viu. Ele a viu de verdade, além dos mal-entendidos e boatos. E o pior: ele começou a se aproximar dela, a sorrir para ela, a encorajá-la. Vi o jeito que ele olhava para ela e soube que ela era uma ameaça. Uma ameaça real. Tentei de tudo para afastá-la dele, para manchar sua reputação, para isolá-la. Usei minhas amigas, criei intrigas, espalhei rumores, tudo para proteger o que eu acreditava ser meu por direito. Mas Sawako é diferente. Ela é ingênua, sim, mas também incrivelmente pura e gentil. Por mais que eu tentasse, não conseguia fazê-la parecer má. E a cada vez que eu tentava, Kazehaya parecia vê-la com ainda mais carinho. Para minha surpresa e irritação, Sawako até me ajudou em algumas situações, sem saber de minhas verdadeiras intenções. Ela é tão... boa. Vê-los juntos, ver como ele a faz florescer, é excruciante. Saber que meus planos falharam, que eu não sou a escolhida, é uma dor que não consigo descrever. Eu me confessei a ele, expus meus sentimentos, mas ele só tinha olhos para ela. Kazehaya me rejeitou, mas de uma forma que me fez entender que ele realmente se importa comigo, como amiga. Amiga! Isso é um inferno. Desde então, tenho tentado aceitar a realidade. É difícil ver o amor deles florescer. Ainda sinto um aperto no peito, uma pontada de ciúme, mas... talvez eu nunca tenha sido a pessoa certa para ele. Talvez Sawako seja. É um pensamento amargo, mas tenho que viver com ele. Eu ainda estou aqui, observando. E, de alguma forma, aprendendo a lidar com a ideia de que o amor nem sempre acontece do jeito que planejamos.